sábado, 15 de maio de 2010

Futebolês Total - A VITÓRIA E O PRESENTE DO BENFICA

Inicío hoje uma nova rubrica no meu blog: "Futebolês Total", que certamente irá acrescentar muita qualidade ao blog. Após um convite meu ao Ricardo Costa autor do blog Futebolês (pode ver o link na lista de blogues) de redigir uma crónica exclusiva para o Futebol Total, o próprio Ricardo aceitou e a partir de hoje e quinzenalmente colocarei um artigo redigido pelo Ricardo aqui no blog. Disfrutem e muito obrigado Ricardo.

A VITÓRIA E O PRESENTE DO BENFICA

Primeiro que tudo, devo agradecer o convite enviado pelo Filipe para colaborar com o Futebol Total. Não nos conhecemos pessoalmente, mas temos em comum dois aspectos: somos dois jovens estudantes apaixonados por futebol. A bola é o que nos une. Tal como ao leitor e a todos os outros que passam por este espaço. Não interessa debater polémicas, casos sem fim, tudo o que escapa ao relvado e não se joga nas quatro linhas. Importa, isso sim, ver o que de melhor há no futebol. Em Portugal, na Europa, no Mundo. Quinzenalmente, à sexta-feira, conto consigo para isso!

O Benfica conquistou, no passado domingo, o trigésimo segundo campeonato do seu historial. Os encarnados, comandados por Jorge Jesus, quebraram um hiato de cinco anos, um tetracampeonato de um FC Porto dominador e confortável, e voltaram a demonstrar a sua força. Este é um título plenamente justificado, merecido e indiscutível. O Benfica foi a melhor equipa do campeonato, a mais finalizadora (marcou, em trinta jornadas, setenta e oito golos!) e menos sofredora, a par do Sp.Braga (vinte golos), praticou o futebol mais envolvente e coeso, conseguiu uma simbiose perfeita entre a equipa e os adeptos, unindo ambas as partes para chegar ao título.

Não foi uma conquista caída do céu aos trambolhões, um título pouco brilhante e um acontecimento isolado que se fundamenta pelo demérito alheio. Pelo contrário. O Benfica teve sucesso, merece os festejos.Não é, nem de perto nem de longe por tudo o que representou a época do Benfica, qualquer surpresa o anúncio da renovação de Jorge Jesus. O treinador encarnado foi um dos maiores obreiros do título - com Di María ou Cardozo, por exemplo - tem imenso mérito na forma como moldou a mentalidade do Benfica, fazendo-o recuperar o seu estatuto e, desde o primeiro dia da pré-temporada, deixar os adeptos esperançados que este seria, afinal, o ano da sua glória. Os encarnados mudaram a sua postura, deixaram as promessas por cumprir, colocaram mãos ao trabalho, apostaram forte para vencer. E venceram. Esforçaram-se para isso, agora recolhem os dividendos. Jorge Jesus foi um elemento fundamental. Prometeu que o Benfica jogaria o dobro. Pareceu ousado, despropositado até. Mas não fez sentido?...

Cardozo era suplente com Quique Flores, David Luiz jogava à esquerda, Di María não despontara. Hoje são três pilares, três indiscutíveis, três pérolas que muito dificilmente o Benfica conseguirá manter: o paraguaio marcou golos decisivos; o brasileiro cresceu substancialmente e foi um verdadeiro patrão, formando um dupla de betão com Luisão; o argentino está muito mais jogador, mais maduro, ganhou um peso descomunal e foi quem mais assistências fez, aliando eficácia e espectacularidade. É também um mérito de Jorge Jesus - e a impressionante melhoria de Fábio Coentrão, agora um lateral-esquerdo chamado ao Mundial, antes a caminho do enésimo empréstimo. Para além de um melhor aproveitamento dos recursos existentes, com um gritante destaque para estes três casos, houve as compras acertadíssimas de Saviola, Javi García e Ramires. Mais três jogadores verdadeiramente influentes neste Benfica. Os riscos que os encarnados correram foram plenamente recompensados. Para os benfiquistas, valeu a pena apostar de forma arrojada.

O campeonato 2009-10 está assegurado: era o objectivo prioritário da época do Benfica. A ele junta-se a revalidação, ante o FC Porto, da Taça da Liga. Época de sucesso, portanto - somente o falhanço na Taça de Portugal, onde os encarnados caíram à primeira tentativa, aos pés do Vitória de Guimarães, terá deixado um sabor amargo. O maior erro do Benfica será, contudo, contentar-se com o que foi feito. Aceitar a vitória, dando-se por satisfeito, estagnar no crescimento. Será um passo atrás. Foi justamente isso o que o Benfica fez após o título de 2005, um oásis num deserto de título, seguindo-se épocas marcadas pela incapacidade benfiquista para lutar com o FC Porto. A preparação do sucesso futuro do Benfica começou no dia seguinte ao triunfo com o Rio Ave. É o único caminho a seguir se o clube quiser manter-se no topo, readquirir o domínio interno e voltar a ser realmente grande na Europa. Jorge Jesus já deu o mote.


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2 comentários:

Mattos..paixaodabola.blogspot.com disse...

Parabens pela iniciativa, sem duvida interessante a partilha de ideias e pensamentos sobre futebol.
Em relação a seta época futebolistica acresce dizer que foi sem duvida uma época vermelha como outrora foi azul e a partir de agora portugal poderá cada vez mais ver uma liga competitiva sem as nuvens cinzentas que tanto têm prejudicado o nosso futebol com frutas e escutas à mistura.
Parabens SLB, para bens Braga..já agora Domingos deveria ter ombridade para não entrar em discursos encomendados e pura e simplesmente assumir a excelente época do Braga e a mais que excelente do SLB e afugentar os fantasmas que pairam sobre si devido a ter sido uma das marionetes de Pinto da Costa e seus pares.
Para o ano desejo que alem do Braga apareçe um Guimarães, Maritimo, Nacional..etc a lutar até ao fim pela titulo maior do desporto Português.

Filipe Futebol Total disse...

Obrigado caro amigo Matos. Espero que com esta iniciativa o blog fique mais interessante. Quanto á cronica, diz tudo, foi uma época vermelha de inicio ao fim com Benfica e Braga a proporcionar uma acesa luta. Sim, espero também que haja ainda mais competetividade. Obrigado e continue a disfrutar.
Abraço