sexta-feira, 28 de maio de 2010

Futebolês Total - MOURINHO: O MUNDO NAS SUAS MÃOS

Mais uma grande crónica de Ricardo Costa para a rubrica Futebolês Total. Caros leitores disfrutem.

MOURINHO: O MUNDO NAS SUAS MÃOS


Uns adoram, perdem-se em adjectivos elogiosos, curvam-se perante os feitos alcançados e que, a cada momento, parecem sempre deixar para trás os outros pela grandeza de que dispõem. Há, contudo, o reverso da moeda. E, assim, outros trazem a sorte ao tema, os milhões investidos e a arrogância pessoal. José Mourinho provoca amores e ódios. E ambas as coisas ao mesmo tempo, até. O treinador português ganha, deixa a sua marca cada vez mais profunda na História, torna os melhores campeonatos do Mundo demasiado pequenos para si e para o seu brilhantismo. É acusado de ser defensivo, pragmático e não beneficiar o espectáculo. Mas ganha. É isso que o torna imortal.

O Internazionale de Milão foi campeão em Itália. Cumpriu a sua obrigação de chegar ao pentacampeonato, contudo tendo de lutar até final com uma sensacional AS Roma que, desde a entrada de Claudio Ranieri, um dos melhores inimigos de José Mourinho, cavalgou para o topo e reduziu a cinzas uma desvantagem que chegou a fixar-se nos catorze pontos - AC Milan e Juventus foram, pela enésima vez, completas desilusões, até porque nesta temporada, após outras em que começaram atrás do Inter, pareciam possuir boas condições para quebrar a hegemonia dos nerazzurros. O campeão, sob o comando de Mourinho, conquistou ainda a Taça de Itália, no Estádio Olímpico, perante a Roma. Domínio evidente em Itália.

Nas três conquistas do Inter nesta temporada, o triplete, há um denominador comum que salta à vista. Se pensou em Mourinho, leitor, podia ter acertado, mas, agora, não é dele que se fala. Há outro, talvez até mais óbvio, com extrema importância: Diego Alberto Milito. O avançado argentino, um trintão, adaptou-se com enorme facilidade ao novo clube, numa dimensão completamente diferente da que Saragoça e Génova o haviam habituado e foi reforço na verdadeira acepção da palavra. Manteve um rendimento constante, sempre alto, e decidiu em momentos cruciais. Fez o golo vitorioso contra a Roma, na Taça, marcou em Siena, na coroação no campeonato, e bisou, ante o Bayern de Munique, na final da Liga dos Campeões. Ouviu os suspiros dos adeptos do Inter por Ibrahimovic, leitor? Não? Nem eu.Poderá, por esta altura, estar o leitor a interrogar-se acerca dos verdadeiros méritos de Mourinho. Afinal, com jogadores da envergadura de Milito - e de Zanetti e de Cambiasso, dois homens de nacionalidade incógnita por não aparecerem em nenhuma selecção... - o treinador fica para plano secundário. Pode pensar assim. Insere-se no lote dos mais cépticos em relação a Mou, de quem afirma que apenas vence por comandar equipas compostas por jogadores de topo mundial. Aceito. É uma opinião. Mas o futebol é precisamente isso: a junção de todos os recursos, de onde se espera que as partes envolvidas sejam verdadeiramente boas no que fazem. Jogadores de valia só rendem se dirigidos por um treinador com capacidades inegáveis. Veja-se, por exemplo, o caso do Real Madrid: um plantel de luxo, bem melhor do que o do Inter de Milão, terminou em branco. Ou, como diria Mourinho, com zero titoli.


Dois anos em Itália resumem-se, para José Mourinho, em cinco troféus: dois campeonatos, uma Supertaça, uma Taça e uma Liga dos Campeões. Ganhou, como ganhara no FC Porto e no Chelsea, quase todas as provas em que esteve inserido. Vencer a Liga dos Campeões era um desejo com quarenta e cinco anos. O Inter ansiava por voltar a ter a Europa nas suas mãos, aliando a um domínio interno que Roberto Mancini iniciara. Mourinho deu-o. Imitou Helenio Herrera e colocou os adeptos nerazzurros nas nuvens. Fez o que tinha a fazer, cumpriu o objectivo para que, segundo se diz, fora contratado. É tempo de partir para outra, Itália e Mourinho nunca estiveram de acordo. Por isso, rumará a Madrid. Para colocar em funcionamento um conjunto de grandíssimos jogadores, a maioria deles entrados de caras em qualquer equipa mundial. Para Mourinho, o céu é o limite.


2 comentários:

Anónimo disse...

Afinal este blog é do Filipe Futebol Total,ou de nao sei quantos administradores de outros blogs que vêm colocar seus textos neste?Na minha opinião acho que os textos do criador deste blog desportivo acaba por perde um pouco do seu prestigio.

Filipe Futebol Total disse...

Caro Anonimo,
Se tenho estes colaboradores é porque acho boa ideia expandir o meu blog, entao tendo colaboradores no blog aumenta a qualidade deste mesmo visto que sao blog's bastante conhecidos.
Quanto á parte que me toca um muito obrigado.
Abraço e disfrute sempre