Verde Total - O leão está a acordar

3º crónica do Verde Total, espero que gostem, disfrutem sempre.

O leão está a acordar

O Sporting confirmou ontem, em conferência de imprensa, aquilo que há muito já se sabia. Que Maniche e Evaldo vão mesmo vestir de verde-e-branco nas próximas temporadas, assim como André Santos, nova aposta dos responsáveis leoninos, que regressa a casa depois de ano e meio a rodar na União Desportiva de Leiria.
Teoricamente parece-me escolhas acertadas. Por exemplo, com Evaldo, contratado ao Sporting de Braga por três milhões de euros, o Sporting resolve um problema difícil de resolver, uma vez que os defesas esquerdos estão em vias de extinção e quem os tem quer mundos e fundos por eles.
O luso-brasileiro é um dos melhores laterais esquerdos a actuar em Portugal. Provou-o nos dois anos que esteve em Braga, depois de “explodir” no Marítimo, assumindo-se como a uma solução quer defensiva quer ofensiva para aquele corredor, que está “doente” desde a saída do chileno Rodrigo Tello.
Desde a contratação de João Pereira, a meio da época passada, que o Sporting resolveu o problema da faixa direita. Assim, com a dispensa de Pedro Silva, não entra nas contas de Paulo Sérgio, e com a permanência do professor Abel, o leão fecha as laterais e começa a olhar para meio.

Noutro sector, no meio-campo, com a contratação de Maniche e André Santos, os responsáveis leoninos conseguem, de uma só assentada, mesclar a experiência do internacional português, motivado por representar o seu clube do coração (é o sócio 8 mil e pouco do Sporting), com a juventude e irreverência de André Santos que, depois de uma experiência muito positiva na cidade do Lis, quer provar que tem qualidade para agarrar um lugar neste novo Sporting.
Além da componente técnica, estes dois jogadores são, acima de tudo, mais-valias tácticas para Paulo Sérgio. Com o ‘bombardeiro’ Maniche, os leões ganham meia distância, estofo e, principalmente, liderança para o sector ‘pulmão da equipa’.

Já com o internacional Sub-21, o meio-campo leonino ganha dinâmica, apenas comparável à que o melhor João Moutinho consegue imprimir à equipa, repentismo e ‘sangue na guelra’, típico de quem tem sangue quente e quer triunfar.
Com estes reforços, aos quais ainda se devem juntar Hugo Viana e Petrovic, um médio canhoto e um pivot com características diferentes das de Pedro Mendes – o sérvio tem uma estampa física impressionante (1,93 metros), o Sporting parece ter o miolo fechado.

Mas, para se assumirem como candidatos indiscutíveis, os leões teriam que ter arcaboiço para segurar Miguel Veloso e João Moutinho. Porque, juntando-lhes Matias Fernández, titular indiscutível na selecção chilena de Marcelo Bielsa, Pedro Mendes, titular com Queiroz, e Marat Izmailov, então teremos um sector de peso, talvez o melhor de todo o campeonato.
Apesar de perceber que nesta altura é quase inevitável vender, não sei até que ponto seria vantajoso para o Sporting prescindir, leia-se vender, duas das jóias da coroa: João Moutinho e Miguel Veloso. As propostas são baixas e não se aproximam, nem de perto nem de longe à qualidade dos dois jogadores.

Mas, além de manter estes activos, os responsáveis leoninos têm ainda outro desafio: suprir algumas da lacunas do plantel, nomeadamente no eixo da defesa, ainda mais depois de Paulo Sérgio anunciar que nem Marco Caneira nem Anderson Polga entram nas suas contas para a próxima época.
Contudo, para já, no primeiro dia do resto da temporada 2010/2011, o leão dá sinais de vida e mostra que afinal de contas a última época não é para esquecer, muito pelo contrário. É, como diz o anúncio, “para mais tarde recordar”.