Verde Total
Em boa hora estreio este espaço dedicado ao Sporting Clube de Portugal. Afinal de contas, este fim-de-semana, os leões demonstraram a sua força na Europa. Primeiro, no Sábado, venceram a Taça Challenge, em andebol, tornando-se a primeira equipa portuguesa a ganhar uma Taça Europeia na modalidade. Depois, no Domingo, veio o título de vice-campeão Europeu de Atletismo.
São feitos como estes que fazem do Sporting o mais ecléctico clube do País. Aliás, são estas conquistas conferem aos leões o título de clube com mais medalhas e vitórias em competições olímpicas, assim como o segundo lugar no ranking dos clubes com mais títulos conquistados no conjunto de todas as modalidades, suplantado apenas pelos espanhóis do Barcelona.
E se tivermos em conta a conjuntura actual, então, estes feitos ganham relevância. Tudo porque, contrariamente ao que sucedera até à década de 90, os verde-e-brancos não têm um pavilhão, onde possam desenvolver eficazmente as modalidades ditas ‘amadoras’, nem uma pista de tartan para os seus campeões do atletismo.
É por isso que considero estes atletas, tanto os do andebol como os do atletismo, verdadeiros heróis. Mesmo com ‘a casa às costas’ e sem condições condizentes com o seu real valor conseguem ir muito além do profano e tornarem-se verdadeiros deuses, dignos de um lugar no Olimpo.
Mas, se estas conquistas fazem-me sentir orgulhoso do meu Clube, outras situações preocupam-me, nomeadamente aquelas que dizem respeito ao futuro, mais ou menos recente, da equipa de futebol dos leões.
Ainda assim, parece-me que o primeiro passo já foi dado: o reconhecimento de que é necessário investir, em quantidade e qualidade, recorrendo a jogadores de valor indiscutível que possam entrar logo na equipa.
Agora, é preciso concretizá-lo. E é aqui que me parece que está o primeiro desafio a sério do director de futebol do Sporting. Ou seja, quero com isto dizer que é nesta fase que Costinha tem que mostrar as credenciais que levaram a direcção do Clube a apostarem em si para ser o “estratega de futebol”.
Sim, porque não é suficiente ter Jorge Mendes como ‘padrinho’, ele que até agora tem estado muito ocupado a negociar a transferência de Speciale para Madrid (talvez por isso os primeiros reforços do Sporting se tenham atrasado), se não se tiver o conhecimento adequado do mercado, que permita dotar a equipa de mais-valias que devolvam aos verde-e-brancos a esperança e a qualidade necessária para lutar pelo título.
Continuo a não concordar com algumas das decisões que foram tomadas nos últimos meses, mas,ainda assim, admito que pior possa já ter passado. O Sporting seguiu o seu caminho, e está, neste momento, a tentar recuperar alguma da identidade que o tornou grande, “tão grande como os maiores da Europa”.
Mas, não se pense que Paulo (Sérgio) Bento (Brito) é um salvador. O desempenho da equipa depende de muitos factores, e não só do treinador, como alguns pensam. Assim como também não me parece que a melhor opção seja olhar para o Norte, refiro-me ao FC Porto, e copiar um modelo que tantos êxitos deu ao longo dos últimos 25 anos. As realidades são diferentes e, por isso, as estratégias não podem ser copiadas.
É preciso que o clube consiga encontrar a sua identidade, fazendo uso das suas referências, para, posteriormente, traçar o rumo que quer seguir. Ainda assim, os resultados não serão imediatos. Todo este processo acaba por ser um processo moroso que tem que percorrer diversas etapas até dar os primeiros frutos.
Mas, será que tudo isto não vem já com um atraso significativo? Pode até vir...Mas a verdade, é que mais vale tarde que nunca.
2 comentários:
Sou adepto incondicional do SLB , mas gostei de ler este post que revela conhecimento de causa, lucidez e objectividade...parabens.
Espero que este ano apareça um Sporting forte na nossa Liga, porque seria sinal de maior competividade..
Amigo Mattos,
de facto é sempre bom haver uma rivalidade saudavel entre os adeptos de clubes rivais. E so prova com o seu comentario como se deve ser um bom amante do futebol
Abraços
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